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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Castração imunológica com vacina já está aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Para facilitar a vida dos pecuaristas, um novo método foi criado para a castração de bovinos, acabando com o sofrimento e reduzindo o trabalho. Trata-se da castração imunológica com a vacina Bopriva, que já está regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A vacina foi desenvolvida pelas indústrias de medicamentos Pfizer. Com ela, os produtores estão dando adeus aos tradicionais canivetes, oferecendo aos pecuaristas uma nova maneira de manejar seus rebanhos, proporcionando o chamado bem estar animal. 

O produto já havia sido aprovado no Brasil em novembro de 2010 e, recentemente, o Mapa estabeleceu os parâmetros que pecuaristas e frigoríficos brasileiros devem seguir para que os animais vacinados com Bopriva sejam reconhecidos como castrados no abate. A vacina é administrada com duas doses injetáveis (dose e reforço) na tábua do pescoço e pode ser associada a outros manejos de rotina. 

A médica veterinária Fernanda Hoe, gerente de produtos da Pfizer, explica que a Bopriva estimula o sistema imune do bovino a produzir anticorpos contra o Fator de Liberação de Gonadotrofinas (GnRH), inibindo a liberação de dois hormônios da glândula hipófise, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH), e por consequência suprime a função testicular em machos e ovariana nas fêmeas. Com o bloqueio de produção da testosterona em machos, os comportamentos sexual e agressivo são reduzidos, além disso há melhora da qualidade da carcaça. O efeito de Bopriva dura, em média, cinco meses depois da segunda dose administrada. Esta, deve ser feita cerca 5 meses antes do abate. 

Com a aplicação de duas doses injetáveis de 1 mL cada, com um aplicador específico na tábua do pescoço do animal, o macho ou a fêmea estão imunologicamente castrados. O intervalo entre as duas aplicações pode variar, dependendo do tempo de efeito desejado. A novidade é que a fêmea também pode ser castrada, já que a Bopriva imuniza a fêmea contra seu próprio GnRH e com isso suprime a liberação de FSH e LH, responsáveis pelo desenvolvimento dos óvulos e pela produção dos hormônios estrógeno e progesterona. Como resultado, bloqueia comportamentos sexuais e interrompe a função reprodutiva. A Bopriva não tem qualquer atividade hormonal. 

Um estudo publicado pela Universidade Federal de Uberlândia revela os impactos negativos que a castração tradicional pode trazer. Entre elas complicações pós-cirúrgicas e mortes foram as principais. De março a maio de 2010 foram avaliados 500 bovinos castrados de quatro fazendas, três em Minas Gerais e uma em Goiás. O trabalho mostrou que a miíase, ou bicheira (causada pela infestação de larvas e moscas em feridas), foi a complicação mais observada, com aproximadamente 15% dos registros, enquanto a morte foi o maior prejuízo, com taxa de mortalidade média de 0,4%.


2 comentários:

  1. "Um estudo publicado pela Universidade Federal de Uberlândia..."

    Que estudo?

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  2. A matéria é de origem do site do CFMV, o texto foi apenas reproduzido aqui no blog. A matéria original também não continha a referência do estudo citado no texto.

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